quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Cia de Teatro Néia e Nando



Em Brasília, ha mais ou menos 15 anos, a Cia de Teatro Néia e Nando começou com uma história de amor de verdade. Alcinéia Paz das Neves e Armando Villardo são mais do que uma competente dupla de atores e diretores da cidade. Néia e Nando, como são mais conhecidos, formam um casal e a intimidade entre os dois é facilmente vista em cena.

Não muito diferente de outras histórias de artistas, a desse casal também teve início com muita dificuldade. Ainda na cidade do Rio de Janeiro, Néia e Nando começaram a trabalhar com animação de festa e, depois de um ano de muita ralação, brincadeiras e algumas furadas, os dois vieram para Brasília trabalhar em uma festa. Foi quando tudo mudou...

Néia teve a ideia de colocar no jornal o seguinte anúncio: “Néia e Nando estão chegando no Distrito Federal para fazer de sua festa um momento especial. Tudo com muita brincadeira e alegria na mais perfeita harmonia”. Depois de um mês de anúncio, eles estavam com a agenda fechada para um ano de trabalho.

Depois disso, uma pessoa em especial entrou na vida da dupla e, por conta disso, Néia batizou a moça de Fada. Alminda Lopes foi quem abriu as portas do mercado de trabalho no DF para os dois. Néia lembra, como se fosse hoje, como tudo aconteceu. “Ela falou que se fizéssemos tudo certo e caíssemos nas graças de uma pessoa que ela iria indicar, jamais ficaríamos sem trabalho”. Dito e feito, depois deste encontro nossa agenda permaneceu sempre cheia", confidencia a atriz.

Mesmo com a agenda lotada de festas, a vontade de trabalhar com teatro falou mais alto e o casal resolveu apostar na Cia de Teatro Néia e Nando.  Néia lembra que a estrada foi longa e que tinha dias em que eles se apresentavam para quase ninguém. “Muitas vezes a gente tinha plateia de três ou quatro pessoas, mas a alegria de estar no palco e fazer o que a gente gosta nos dava força”, conta.

Hoje a recompensa de tanto trabalho é visível nos resultados astronômicos. A companhia, talvez a mais prolífica do Distrito Federal, tem mais de 115 peças prontas para serem apresentadas. São 43 artistas, entre cenógrafos, maquiadores, figurinistas, atores, iluminadores, sonoplastas, coreógrafos, que fazem desde bilhetagem até o papel principal.  De acordo com Nando, não há espaço para vaidades. “Aqui ninguém é estrela e todo mundo tem que fazer de tudo e assim formamos uma constelação”, constata.

O ponto forte da Cia é a adaptação de histórias clássicas infantis e de sucessos do cinema. Branca de Neve, O Corcunda de Notre Dame e Toy Story estão entre os favoritos do público mirim. Para que isso aconteça sem problemas, todos os direitos musicais são pagos ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD). Quanto ao texto, Nando explicou que Néia é quem cuida das adaptações. “Ela é muito boa nisso”, assegura.  

Mas nem só de espetáculos vive a companhia. Néia e Nando tocam, também, projetos como “Sonho em Cena”, em que disponibilizam 100 ingressos para as superproduções às instituições de caridade e escolas públicas. Já no “Jovem em Cena” (espetáculos para adolescentes), a Cia faz adaptações fiéis de obras literárias que são solicitadas no PAS e nos vestibulares. E no “História em Cena” (para crianças do primeiro grau), a Cia apresenta espetáculos com temas relacionados à literatura infantil, dentro das escolas.

A dupla agora quer alçar voos mais altos e está trabalhando muito para conseguir o mesmo prestígio que tem com as crianças junto aos adolescentes e adultos. Para isso estão produzindo e montando peças que fazem críticas sociais com muito humor, entre elas, CPI no Motel 2, Vale a Pena Rir de Novo,  e o célebre musical Hairspray.

Além de tudo isso, a dupla ainda tem tempo para a “Escola de Atores”. Toda semana, a Cia Néia e Nando dá aula de artes cênicas na Escola Parque. As turmas são divididas por faixa etária. Durante as aulas, são realizados jogos teatrais, exercícios de consciência corporal, vocal e consciência do outro, proporcionando ao final de cada ano letivo uma apresentação com toda estrutura profissional (cenário, figurino, iluminação, maquiagem) para os alunos ainda amadores.

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